O interesse pela comunicação
Fase de descobertas, a adolescência foi um período de grandes mudanças na vida de Júlio. Sempre irriquieto, buscava aprender mais em todas as áreas. Naquela época, Redecker identificava nos padres uma fonte de saber. Era comum visitá-los no Seminário Seráfico São Francisco para ouvir sobre suas experiências e conhecimento, quando nesta época chegou a cogitar em seguir carreira religiosa. Outro fato que contribuiu decisivamente para sua formação foi a chegada da empresa Satipel a Taquari, no início dos anos 70. Fundamental para a geração de emprego e receita na cidade, a indústria trouxe mais do que ganhos econômicos para a comunidade. Para a família Redecker, impactou diretamente nos negócios do restaurante, pois para atender a nova demanda criada com a vinda da empresa, dona Vera passou a se dedicar quase que exclusivamente aos novos clientes. Para Júlio, foi a possibilidade de fazer contato com pessoas de diferentes setores e países que vinham ao município para fazer negócios.
Naquela época, a comunicação já despertava o interesse do jovem Júlio. Na Rádio Açoriana 1560 AM, ele ensaiava os primeiros boletins e entrevistas, geralmente sobre esportes e política. No jornal O Taquaryense, da cidade de Taquari, Júlio Redecker mantinha uma coluna de opinião periódica.
Decidido a respirar novos ares, Júlio convence os pais a deixá-lo estudar em Porto Alegre. Concluiu os estudos do Secundário no Colégio São João, em 1976 e, na sequência, passou no vestibular de Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Foram tempos difíceis, dividindo moradia e, não raro, a comida com os amigos de infância Jorge Luís Martins (Caneta) e Aroldo Carlos Duarte. Daquele período, consolidaram-se amizades para a vida toda, a partir de uma rotina de superação diária. Nesta época também conheceu o grande amor da sua vida.
Não era um namoro de verão
"Quando eu conheci a Salete, essa alemoa bonita não queria namorar comigo... Eu tive que insistir... A primeira vez que eu bati na porta dela, a porta era de ferro e não se abriu. Eu não desisti. Até que um dia a porta era de madeira. E ela se abriu. Hoje estamos casados, temos três filhos lindos e eu sou feliz ao lado dessa mulher! Por isso, persistam. Não desistam de seus sonhos..."
A plateia vinha abaixo, especialmente as mocinhas... Nas três décadas de vida conjunta, as dificuldades foram superadas a partir do amor e respeito mútuos. E a promessa de ficarem juntos “até que a morte os separasse”, se concretizou.
Ingresso na política partidária e atividades profissionais
A primeira eleição
Ainda em 1982, aos 26 anos, concorreu pela primeira vez. Recém formado em Direito, o impetuoso advogado discursou em uma reunião do Diretório do PDS, em Taquari, e deu diversas sugestões aos pré-candidatos a prefeito.
Curiosidade: o número 17 esteve presente em muitos momentos da trajetória de Júlio Redecker. Em 17 de julho de 1977 ele fez sua primeira viagem internacional de avião (para Montevidéu); 17 foi seu número na eleição de prefeito em Taquari e 17 foi a data de sua última viagem de avião (17.07.2007).
Viagem para cuba
Em 1986, Redecker enfrentaria as urnas mais uma vez, concorrendo a deputado estadual. Percorreu o Rio Grande, subiu mais um degrau rumo ao topo, mas outra vez não conheceu a vitória, apesar dos mais de 13 mil votos. Novamente sobraram contas, um carro com um motor fundido, frustração e um afastamento temporário da política.
Maluf não se elegeu, nem mesmo o vitorioso naquela eleição indireta assumiu.
Tancredo Neves morreu antes da posse e o vice, José Sarney, comandou o Brasil por cinco anos.
Na Presidência da Juventude, Redecker foi a Cuba em 1985.
Em Havana, palestrou como convidado do governo cubano no Diálogo Juvenil e Estudantil sobre a Dívida Externa na América Latina e Caribe. Na presença de Fidel Castro, antes de falar, sob vaias, foi anunciado como o "representante da direita na América Latina".
Terminou seu discurso aplaudido de pé por todos.